Na manhã seguinte à manifestação, o largo da Batata parece uma praça do interior.
Há um inusitado silêncio após os carros de som e as palavras de ordem da véspera.
Durante a noite, a prefeitura limpou o chão. Comerciantes arrumam as mesas para os clientes que virão. Um homem já ocupou a sua rede habitual. A poça d’água em frente à estação volta a acolher os passageiros. O carrinho de tapioca disputa o lugar com o carrinho de milho verde.
De noite, os bares fervem, apesar da chuva. O movimento de protesto da véspera se transforma em dança e risadas. O funk briga com o sertanejo. Um dos tantos carrinhos de bebida parece explodir com o volume da música.
Se a Batata é uma amostra da diversidade dos espaços públicos de São Paulo, é possível dizer que suas transformações revelam tanto o que queremos ser como aquilo que nunca deixaremos de ser, mesmo se quisermos.